Não é novidade que o criacionismo é muito criticado, principalmente nos meios científico e acadêmico – em que alguns cientistas e professores chegam até mesmo a perder o emprego por acreditarem na Criação ou até mesmo em propôr o Design Inteligente. Seguem alguns casos:
Crítica injusta ao criacionismo
Mas há também outra forma de crítica ao criacionismo, e esta parte dos cristãos (geralmente de cristãos evolucionistas, que acreditam em Deus como o regente da evolução, mas também pode vir de criacionistas), que é apresentada ao criacionismo: O criacionismo como fraqueza defensiva para o cristianismo.
E em cima desta crítica eles apóiam algumas declarações. A principal delas é de que o criacionismo não é necessário para o teísmo, e por isso pode ser deixado de lado, uma vez que “enfraquece a posição teísta perante uma discussão”.
Essa crítica tem alguns problemas.
O primeiro deles é a confusão entre o teísmo e o teísmo cristão (ou ainda o cristianismo). De fato, não faz sentido defender o criacionismo em uma discussão sobre o teísmo, mas o mesmo não acontece quando a discussão é sobre o cristianismo, uma vez que a criação é um relato bíblico.
Há também a falta de compromisso com a verdade. O criacionismo sequer é investigado, e assume-se a posição de que ele é irrelevante, e ele não é (como será mostrado neste blog).
O terceiro é o recuo perante questionamento de ateus, ou ainda, ataques feitos por neo ateus ao relato bíblico. O que defino como covardia.
Ou seja, a crítica por si só não se sustenta. Nem mesmo logicamente. Não é justa.
Então, de quem é a culpa?
Ora, se existe baixaria na área da biologia (principalmente no que toca às origens) e tem criacionismo metido no meio, mas a culpa não é do criacionismo, de quem é?
Há várias razões para achar que é de alguns defensores do criacionismo. A forma como defendem o criacionismo pode não estar correta afinal. Ou ainda, de outros que são contrários ao criacionismo, ou a defendê-lo. Ou de ambos.
Não parece certo. Vamos analisar uma situação parecida.
Quando um ateu expõe supostas contradições bíblicas, o que o cristão faz? Diz que as passagens são alegóricas/metafóricas, ou que as contradições “não provam que Deus não existe”? Difícil.
Eu faço diferente. Eu investigo a argumentação do ateu e demonstro logicamente que a contradição não existe, e caso haja uso de estratagemas e picaretagem intelectual, o sujeito será exposto. E faço o mesmo quando o criacionismo é supostamente refutado por alguns ateus.
Creio que a maioria também faz isto. É o certo. E essa ação (defesa da bíblia e refutação aos argumentos ateus) vale para qualquer passagem bíblica.
Ou seja: O criacionismo não é um ponto vulnerável para o teísmo cristão senão pela forma como é tratado pelos cristãos. A ausência de um posicionamento de defesa por parte de cristãos “mansos” é uma brecha. A forma como é defendido, em alguns casos, também.
Como defender o criacionismo, então?
Vamos supor que estamos em um jogo de Age of Empires, e que você disputa contra outro jogador. Cada um organiza sua cidade, seu ataque e sua defesa.
A um dado momento, você encontra uma fonte valiosa de recursos, que podem ser usados para melhorar a tua situação no jogo.
Tens de escolher entre colocar muros em volta ou construir um forte adjacente, para garantir que os recursos serão teus.
E é mais ou menos isso que acontece: Alguns “defensores” do criacionismo acabam por fazer uma defesa pobre do relato bíblico, que não aguenta segundos de análise. Quase não conhecem argumentos, e os poucos que conhecem, usam de forma errada, inclusive defendendo coisas que o criacionismo nunca defendeu. Outros usam versículos bíblicos, que serão recusados, naturalmente, por ateus. É como o muro, que o inimigo derruba ou passa por cima sem muito esforço, e se apodera dos recursos.
Já os mais experientes não apenas se defendem com argumentos, mas também investigam as críticas (o que vai muito além de dizer “refutar o criacionismo não refuta o teísmo”), além de se comportarem ativamente nas discussões (não apenas defendendo, mas também atacando). É como o forte, que defende atacando, não apenas barrando o acesso. Os espertos que tentarem passar pela área vão receber uma bala de canhão na cara.
Essa última analogia é até interessante, porque é assim que deve ser: devemos manter a defesa focada no ataque do oponente – Ou seja, não apresentar argumentos fora do proposto (lembrando de, caso seja alegação, que seja suportada por provas, senão é melhor ficar calado).
Em suma, é preciso saber o que o criacionismo defende ou não, e não extrapolar isto nas discussões (principalmente sob a forma de alegação sem evidência e de aceitação de falácia/mentira/espantalho apresentado pelo oponente. Estas devem ser evitadas a todo custo!).
E é justamente por isso que é recomendado a todos os cristãos que estudem sobre o evolucionismo científico* – para que neo ateus não possam mais passar a perna utilizando ciência para pregar neo ateísmo. É um bom começo, até porque há alguns poucos que ainda fazem alguns questionamentos e discursos que nada tem a ver com o assunto. Por exemplo, “se nós evoluímos dos macacos, por que é que nem todos evoluíram?” não é e nunca foi um questionamento feito pelo criacionismo.
E por ser um questionamento pessoal de um criacionista, e não representação do criacionismo. Mas o mais curioso é que neo ateus (ou darwinistas fanáticos) chegam a reunir declarações de criacionistas de Orkut para dar a entender que eles representam o criacionismo**. E pessoas que leem isto irão pensar realmente isto.
Tais “refutações” passarão pelo fluxograma a seguir:
Este fluxograma também serve para classificar os argumentos contra o criacionismo, e já ajuda a fazer triagem (para não perder tempo a refutar bobagens).
Isso já ajuda (e muito) a manter o foco nas questões importantes, mesmo quando há similaridades com outras objeções apresentadas, ou até mesmo seja uma mesma objeção utilizada com um propósito diferente (em argumentação).
Por exemplo, um ateu a falar que o fixismo já foi refutado está apenas a falar do óbvio. Não há razão para discussão.
Já um ateu a falar que o criacionismo é falso porque o fixismo foi refutado está a mentir e deve ser informado (bem como sua platéia) a respeito do criacionismo não defender o fixismo, inclusive pedindo as evidências que suportem tal alegação.
Sendo assim, é de se esperar uma defesa dos cristãos quando o criacionismo estiver em discussão, bem como investigação por parte dos atacantes e a exposição de estratagemas erísticos contra o relato da criação. O argumentos contra o criacionismo serão analisados neste blog e refutados de forma que os teístas cristãos possam defender o criacionismo de uma forma racional, bem como será investigado o disfarce científico realizado por neo ateus para “refutar” os cristãos a partir do criacionismo.
*Evolucionismo científico é aquele que pode ser comprovado pelo método científico e pela observação. Isto desconsidera crença de cientistas, consensos, opiniões “da ciência” e apoiados em métodos de fiabilidade duvidosa (como a datação radiométrica). A pregação de ateísmo é disfarçada justamente nestes pontos. Haverá entrada sobre o assunto neste blog.
**Quando o criacionismo é criticado por ateus em geral, é claro que a abordagem é diferente da abordagem em uma discussão teísta. Não é sábio utilizar passagens bíblicas para referir-se ao criacionismo quando se discute com um ateu, porque o ateu simplesmente recusa a bíblia como fonte. Por isso, a forma mais eficiente de defender o criacionismo perante um objetor ateu é invalidar a objeção através da análise seguida da demonstração. Sequer há necessidade de argumentar a favor do criacionismo. É simples. Vocês poderão contar com os exemplos que este blog fornecerá.
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